Mitigação = Tecnologia
- lourenobudke1
- 23 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Já vimos que existem soluções reativas de gestão de risco, como a prorrogação das dívidas, que dependem de negociação e causam problemas não só para o produtor, mas também para os credores (IFs) e o Governo.
Mas existem as ferramentas de mitigação e de transferência, que dependem apenas da ação proativa do produtor.
A principal ação proativa é o “core business” da Assistência Técnica e está nas mãos do produtor: a mitigação, assim compreendida a aplicação da melhor tecnologia, para garantir a produtividade esperada e reduzir a probabilidade e os efeitos de eventos climáticos adversos.
Essas práticas podem ser agrupadas e sintetizadas na figura a seguir, que também apresenta as duas principais fontes de informações para o produtor: o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), assunto do próximo artigo, e as orientações dos órgãos de pesquisa e assistência técnica.
A produção rural se diferencia de outras atividades empresariais principalmente por lidar com objetos biológicos em ambiente exposto às intempéries climáticas. Os efeitos dessa realidade são conhecidos desde tempos bíblicos, quando José interpretou o sonho do Faraó, onde 7 vacas magras e feias comiam 7 vacas gordas (Gênesis 41:14-27).
As frustrações de safra compõe o ciclo da agricultura e se tornam “normais” ao produtor, mas exigem, antes de tudo, fé, uma crença muito grande de que o futuro será melhor do que o passado. Essa crença se fundamenta na prática continuada e, ainda mais, na atualização técnica constante.
Sobre a prática continuada, nada ilustra melhor o que ouvi de Eduardo Riedel em uma reunião no Sindicato Rural de Maracaju MS lá pelo final da década de 2000. Quando instado por um produtor sobre o que fazer a respeito das tentadoras propostas das indústrias canavieiras pelo arrendamento das fazendas para o plantio de cana-de-açúcar, Eduardo afirmou (mais ou menos) que “devemos pensar muito bem, já que não é uma decisão apenas para nós, mas também para nossos filhos e netos pois, se sairmos da atividade, dificilmente eles retornarão”.
Já a constante atualização técnica caminha junto com a prática. Seja pela assessoria direta ou busca por informações em centros de pesquisa ou em dias de campo, o apoio de especialistas dos mais variados campos das ciências agrárias é essencial para que o produtor se mantenha competitivo e reforce a crença em dias melhores.
Essa é a função básica da Assistência Técnica, dos profissionais que levam e desenvolvem, em parceria, as melhores soluções para cada produtor assistido.
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